Frederico Ningi

Frederico Ningi

Frederico Ningi, poeta, jornalista, fotógrafo e artista plástico nasceu em Benguela a 17 de Fevereiro de 1959 e fez os estudos primários na Escola Primária da Artes e Ofícios D. Filipa de Lencastre e os liceais, na mesma província de Benguela, tendo-se, posteriormente, radicado em Luanda, onde vive com a esposa e  filhos. Com formação em jornalismo é, actualmente, Assistente de Comunicação e Imagem da Sonangol  Aeronáutica. Para além de  membro da União dos Escritores Angolanos e da União dos Artistas Plástico é também membro da (IWAA), Internacional Writers and Artists Association, Sediada nos Estados Unidos da América. O seu nome figura no Catálogo Internacional de artistas Contemporâneos Africano editado em França.

os cimblos

Frederico Ningi publicou obras poéticas tais como os Címbalos dos Mudos (1994) e Infindos nas Ondas (1998); de entre os poetas que surgiram no período pós-independência, nem um deles viria a revelar-se tão criativo, imaginativo e com o propósito de criar novas formas de escrita, rompendo, inclusivamente a estrutura do próprio texto poético, remetendo-nos para concretismo brasileiro, como Ningui.  Fê-lo de uma maneira admirável, para além de rara, usando, para tal a fotografia, o desenho ou introduzindo maiúsculas no meio das palavras ou termos da língua umbundu.

a vida do cavalo

 

Excerto

Os címbalos dos mudos

Quando voltei pela tarde, encontrei uma criança mutilada cheia de fome a dormir no frio da rua.

E perguntei-lhe para a consolar:

- Por que estás abatida, ó minha alma?!

Nós sentimos com os nossos ouvidos, mas não conseguimos ver nada.

Nos tempos das nossas antiguidades perguntarei ao altar quem é que faz a grande alegria nos nossos países - na arrogância dos seus lugares.

O nosso louvor estará continuamente na tua boca.

Exaltemos o seu nome: o povo. Ainda que caia, não ficará prostrado a mendigar o pão. Ele merece.

Os címbalos dos mudos falam das suas sabedorias no coração verde da terra, a árvore se plantará abençoada no gesto do trabalho (que não se paga), para apagar a forme da vida.

Na abundância da PaZ a chuva estará certa na sua herança criadora.

 

 

www.nexus.ao/kandjimbo/frederico.htm

www.revistazunai.com/entrevistas/abreu_paxe.htm - 56k

www.ich.pucminas.br/cespuc/Revistas_Scripta/Scripta08

Também pode comentar desde o Facebook